Os óculos de realidade virtual (VR) têm avançado significativamente em áreas como resolução e design compacto nos últimos anos. No entanto, uma característica fundamental parece ter estagnado: o campo de visão (FOV). Para os entusiastas da imersão VR, o FOV é crucial, e muitos se perguntam por que ele não se expandiu tanto quanto outras especificações. Hoje, vamos explorar as razões por trás dessa questão e o que podemos esperar no futuro.

Por Que o Campo de Visão é Importante?
O campo de visão em um headset VR refere-se ao quão amplamente você consegue ver o ambiente virtual. Um FOV mais amplo aumenta a imersão, pois simula melhor a visão periférica humana, permitindo uma sensação mais natural de estar “dentro” de um mundo virtual. Com um FOV limitado, as bordas do visor são mais perceptíveis, o que pode quebrar essa sensação de imersão.
A Estagnação do FOV:
Desde os primeiros dias do Oculus Rift DK1, lançado em 2013, muitos aspectos da tecnologia VR melhoraram drasticamente, como a resolução das telas, a nitidez das imagens e o formato mais compacto dos dispositivos. Contudo, o campo de visão permaneceu praticamente o mesmo, com pequenas variações. O Meta Quest 3, por exemplo, oferece um FOV horizontal de cerca de 110 graus, um número próximo de outros dispositivos recentes da Meta.
A questão que surge, então, é: por que o campo de visão não está evoluindo na mesma velocidade?
A Resposta do Chefe de Tecnologia da Meta:
Em 2022, Andrew Bosworth, o chefe de tecnologia da Meta, explicou que ampliar o FOV tem um alto custo, tanto em termos de energia quanto de design. Ele mencionou que aumentar o campo de visão adiciona mais pixels à área de visão periférica, mas esses pixels são menos úteis, pois os olhos humanos naturalmente se concentram no centro da visão. Apesar disso, esses pixels ainda consomem a mesma quantidade de energia, o que, em dispositivos como o Quest, que funcionam com chips integrados e baterias, pode não ser uma troca viável.
O Impacto da Potência e Design:
Os headsets que oferecem um FOV maior, como o Pimax 8KX e o XTAL 3, têm um desempenho superior nesse quesito, mas vêm com desvantagens significativas. Esses dispositivos são alimentados por PCs e fontes de energia externas, o que permite mais processamento, mas também os torna volumosos e muito mais caros. Além disso, o tamanho e o peso dos headsets com FOVs maiores os tornam menos adequados para o grande público, que busca dispositivos mais leves e portáteis.

O Foco no Custo-Benefício:
Para a Meta e outros fabricantes de VR, expandir o campo de visão não parece ser um compromisso certo na análise de custo-benefício. Eles precisam equilibrar a experiência de imersão com as limitações de energia, desempenho e custo. O Meta Quest 3S, por exemplo, manteve um campo de visão semelhante ao Quest 2, mas conseguiu reduzir o preço em cerca de 20% ajustado pela inflação, oferecendo mais desempenho e recursos.
A Pesquisa da Meta Sobre FOV:
Embora a Meta esteja cautelosa com grandes mudanças no FOV para produtos de mercado, pesquisas sobre headsets com campos de visão maiores estão em andamento. Recentemente, Bosworth compartilhou imagens de laboratórios da Meta, onde testava protótipos com FOVs ampliados. Contudo, esses dispositivos ainda estão longe de se tornarem produtos comerciais e são apenas parte do processo de experimentação da empresa.
O Futuro do Campo de Visão:
Mesmo que não possamos esperar um grande aumento no campo de visão em um futuro próximo, Bosworth indicou que, se houver expansão, ela pode ocorrer no FOV vertical, em vez de horizontal. Ele argumenta que um campo de visão verticalmente maior pode melhorar a sensação de imersão, criando a ilusão de estar completamente imerso em um espaço. Embora os humanos percebam mais densidade de informação horizontalmente, Bosworth sugere que aumentar o FOV vertical seria uma forma eficaz de enganar o cérebro e aprofundar a sensação de presença no ambiente virtual.
A estagnação no campo de visão dos headsets VR não é por falta de capacidade tecnológica, mas sim uma questão de custo-benefício e limitações práticas. Enquanto dispositivos como o Pimax 8KX e o XTAL 3 oferecem uma visão mais ampla, eles são caros e volumosos. Para fabricantes como a Meta, equilibrar eficiência energética, desempenho e preço acessível significa que aumentar o campo de visão, por enquanto, não é uma prioridade. No entanto, com o foco em FOV vertical e avanços nos protótipos, podemos ver melhorias nesse aspecto no futuro.
Você preferiria um headset VR mais volumoso e caro se ele oferecesse um campo de visão significativamente maior?
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