O Projeto Aria, anunciado no evento Connect 2020, representa uma iniciativa de pesquisa em realidade aumentada (RA) e inteligência artificial (IA) que visa desenvolver o software e o hardware necessários para futuras gerações de óculos inteligentes. Embora o Aria tenha sido inicialmente desenvolvido para uso interno da Meta, o projeto logo se expandiu, permitindo colaborações com universidades e empresas renomadas, como BMW, Universidade de Bristol e Carnegie Mellon University. Essas parcerias estão desbloqueando novas possibilidades de comunicação, segurança, acessibilidade e percepção ambiental, impulsionadas pelos óculos Aria e seu avançado conjunto de sensores. Com o objetivo de acelerar essa pesquisa, a Meta lança agora o Aria Research Kit (ARK), um ecossistema de ferramentas e suporte que será disponibilizado a pesquisadores selecionados. O ARK oferece APIs, SDKs e ferramentas complementares para análise de dados, bem como modelos de privacidade para proteger dados sensíveis, como o Ego Blur. Esse ambiente colaborativo busca desenvolver estudos com potencial para transformar setores como acessibilidade, interação humano-computador, e segurança no trânsito, e está com inscrições abertas para novos pesquisadores.
O Projeto Aria visa proporcionar uma plataforma de pesquisa robusta para estudar RA e IA em um ambiente colaborativo e aberto. Entre as colaborações de destaque, temos a parceria com a Universidade de Bristol, que trabalha no projeto Ego-Exo4D. Esse estudo coleta dados egocêntricos (em primeira pessoa) de profissionais especializados, criando mapas 3D do ambiente para entender como as pessoas interagem com o mundo ao seu redor. Esse mapeamento detalhado tem o potencial de beneficiar a pesquisa em RA e IA para diversos setores, oferecendo insights que podem ser aplicados em áreas como robótica e dispositivos de assistência.
Outro exemplo é o estudo da Universidade de Iowa, que está explorando o uso dos óculos Aria para beneficiar pessoas com perda auditiva. A equipe utiliza os microfones do dispositivo para identificar e localizar a origem de sons em diversos ambientes, um avanço que poderia melhorar significativamente os aparelhos auditivos e tornar a experiência auditiva mais personalizada e eficiente.
O IIIT Hyderabad, por sua vez, está usando os dados visuais do Projeto Aria no Driver Intent Prediction Project, uma aplicação de visão computacional voltada para a prevenção de acidentes. O dispositivo monitora para onde o motorista está olhando e, com a ajuda da nuvem de pontos 3D gerada pelos sensores, pode até identificar veículos fora do campo de visão do condutor. Esse tipo de pesquisa pode contribuir para sistemas de segurança mais avançados e preditivos em veículos autônomos e assistidos.
Por fim, a Carnegie Mellon University desenvolveu o NavCog, uma aplicação de navegação interna voltada para auxiliar pessoas com deficiência visual. A solução aproveita os dados dos óculos Aria para oferecer navegação precisa em ambientes internos, substituindo a necessidade de beacons Bluetooth. Essa tecnologia tem o potencial de melhorar significativamente a mobilidade e a acessibilidade de espaços complexos para pessoas com deficiência visual.
O ARK inclui ferramentas de desenvolvimento como APIs de percepção de máquina, um SDK com transmissão de dados em tempo real, aplicativos para dispositivos móveis e desktop, além de modelos de privacidade como o Ego Blur. O compromisso com o código aberto permite que a comunidade de pesquisa colabore, compartilhando dados e insights que beneficiem a todos.
Apesar das inovações, o Projeto Aria levanta questões sobre a coleta e uso de dados pessoais, especialmente em aplicações públicas de RA e IA.
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